No tempo das amoras tudo pode acontecer.

14 de abril de 2011

-Então o teu amigo já se foi?
-Sim já foi, convidou-nos para irmos jantar logo. Diz que conhece um sitio.
-Acho muito boa ideia! Mas agora vá salta para o banho e veste qualquer coisa que temos de ir comprar qualquer coisita à tasca mais próxima.
-Maria... é mercearia! A tasca vende vinho!
-Eu sei, era só para pegar contigo. Vá senta aqui ao pé de mim, vamos à tasca depois, vamos conversar dois minutos.
-Não sei se me apetece Maria.
-Pensaste durante a noite?
-Não fiz outra coisa, mas não cheguei a conclusão nenhuma. Cada vez isto me parece uma espécie de pesadelo, a qualquer momento penso que vou acordar. Hoje quando acordei parecia que isto era outra vida...
-Vais ter de pensar no que queres, se queres continuar com o Miguel, Rosa apesar de tudo o Miguel gosta de ti, e tu sabes isso melhor do que ninguém.
-E quem ama faz uma coisa destas? Maria pensa bem, a Carla era minha amiga.
-Pode ser tua amiga mas bem sabes que nunca foi uma pessoa muito séria, sempre vi nela alguém de pouca confiança, sempre te disse isso. Mesmo lá na empresa sinceramente, não tenho nada a ver com isso mas acho que lhe dão espaço a mais.
- O meu irmão confia muito nela. Ele sempre foi apanhado por ela, então não vê certas coisas.
-Ela não é uma pessoa equilibrada Rosa, pode ter sido muito tua amiga mas isso não faz dela boa pessoa. Nunca achei que fosse. Já lhe conheci imensos relacionamentos, nem tem conta, bem sabes que ela não se importava muito se eram casados não, e além dessa instabilidade relacional tem a componente psicológica. Então não vês quando andava fixada que andava uma mulher atrás dela só para lhe copiar toda a roupa que trazia? Isso não é de uma pessoa normal.
-Vai a ver-se e andava mesmo uma mulher atrás dela, devia ser mulher de alguém com quem ela andava metida a ver se lhe acertava o passo.
-Pois, até aí também não duvido.
-Mas não consigo perdoar o Miguel. Ele sabia muito bem o que estava a fazer, ela não o obrigou a nada. E a verdade é que quem me deve satisfações é o Miguel, não é a Carla. 
-Não acho que devas tomar decisões assim a quente, nada é definitivo.
-Vou tomar banho. prepara-te, vamos à tasca.

Rosa subiu a escada a sorrir, a amiga tinha razão, nenhuma decisão devia ser tomada a quente mas sabia que não conseguiria perdoar o marido. O golpe tinha sido muito profundo. Demasiado profundo. E pensar que nem 24 horas tinham passado. Como estaria o Miguel? Será que já tinha saído de casa de ambos? Esperava que sim.

2 comentários:

  1. Traição, só quem passa por ela sabe dar o valor e tomar as decisões, eu, aqui deste lado não perdoaria, mas como personagem interveniente, não sei não...

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