No tempo das amoras tudo pode acontecer.

2 de abril de 2011

em casa

Do outro lado da quinta Maria encontrou o seu marido.

-Então também cá estás?
-Sim, o Miguel apareceu lá em casa todo transtornado à procura da Rosa e depois disse que vinha para cá. Não o podia deixar vir a conduzir assim! Vinha completamente maluco.
- E não é para menos! Sabes o que ele fez à Rosa?!
- Sei por alto. Contou-me que andou metido com a Carla e que ela descobriu tudo. Disse-me ainda que ela descobriu no dia em que ele ia acabar tudo com a Carla.
-Dessa parte não sei mas digo-te se ele está transtornado então a Rosa nem te passa, nem parecia ela quando cheguei lá a casa.
- Pode ser que estes ares lhes façam bem! Isto não mudou nadinha Mi! Por mim ficava já aqui no fim de semana contigo! - João deu uma ligeira sapatada no rabo da mulher e piscou-lhe o olho, lembrando outros tempos em que passavam o fim de semana à lareira nas noites frias de inverno em Cerveira.
-   Vá deixa-te disso, eu vou ficar cá de certeza agora tu vais levar o Miguel de volta ao Porto, ela vai correr com ele num minuto. É possível que passes o fim de semana sem mim, mas lembra-te... eu SEI de tudo!! - Maria fez uma voz cavernosa, tentando "intimidar" o marido e sorriu.- Olha eu não te disse? O Miguel já lá vem, está na minha hora vou voltar para a beira da Maria, quanto a ti... juizinho sim?!
-Claro mi, podes ficar tranquila. - João beijou rosa levemente e atirou com um- antes de ir dás-me só o número da Carla por favor?

Maria piscou o olho ao marido e encaminhou-se a passos largos para casa. Rosa devia estar a precisar dela naquele momento.
Na casa principal Rosa estava sentada no sofá. A noite adivinhava-se fresca e Rosa estava completamente gelada. O telemóvel estava na mão, estava tentada a ligar à Carla. Queria saber até onde ia a lata da traidora, estava apenas à espera de Maria para a aconselhar.

-Então? Foi rápida a conversa.
-Sim. Não tenho muito para lhe dizer.
- Foi o João que o trouxe. Ele foi ter lá a casa e estava tão desnorteado que o João achou por bem trazê-lo, não fosse ele ainda ter um acidente.
- Fez mal. Se tivesse era a maneira de terminar o casamento sem dar muito a conhecer às pessoas.
- Não digas atrocidades Rosa. Bem sabes que não pensas nada disso.
- Pois não que não penso... Dei-lhe o fim de semana para escolher, ou sai ele de casa ou saio eu. Ele pode ir para a casa da Carla, eu é que é pior, voltar para casa dos meus pais não é solução.
- Ele não vai voltar para a Carla. Segundo o João iam acabar tudo hoje, foi isso que ele foi lá fazer.
- Sim ele também veio com essa desculpa. E ainda me queria dizer que em parte eu também era culpada porque pressionava o menino a ter um filho.
-A Sério? Ele disse-te isso?
- Pois disse. Enfim. Veio com o rabo entre as pernas, nem sabia o que havia de dizer.
- Quanto à Carla o que vais fazer?
- Vou ligar-lhe. Estava mesmo a pensar fazer isso quando chegaste.
- Agora? Achas que te atende?
- Ai atende, ela tem lata para isso e para muito mais.
- Só vai servir para te chateares, ela não vale o esforço.
- Vou ligar ao meu irmão primeiro. No que depender de mim está fora da empresa dos meus pais. Não tem credibilidade nenhuma.
- Mas não a podem despedir por isso.
- Não te preocupes, não vai ser directamente por isso. Sempre andei com paninhos quentes para tapar a porcaria que fazia lá na empresa. Vou só mostrar o pano.
- Tu é que sabes, mas estás a misturar as coisas a meu ver. Fala com o teu irmão e ouve o que ele diz, mas não o faças hoje, é demasiado a quente.

Bateram à porta levemente, quem seria? Eles já tinham ido embora, Maria ouvi o carro a arrancar.
Maria levantou-se e abriu a porta. Um homem moreno, novo,  com uma camisa aos quadrados surgiu à porta.

- Boa noite, peço desculpa interromper. Sou filho do senhor Manuel, a minha mãe pediu-me para vir cá trazer esta bola de carne e confirmar se estava tudo bem. A Rosa não está?
- Está está, mas pediu-me para vir eu à porta, está com alguma dor de cabeça, deve ter sido da viagem.
- Certo. Vi o Miguel ir embora com o outro senhor, por isso queria também dizer que se precisarem de alguma coisa este fim de semana estou aqui com os meus pais por isso disponham. Sei que a Rosa tem medo de ficar cá sem o Miguel  mas diga por favor que sabemos que estão cá por isso estamos alerta. Qualquer problema é só dizer ok?
- Obrigada, não será necessário certamente.
- Adeus, as melhoras para a Rosa.

Maria fechou a porta. Que bela figura aquele homem tinha. Sorriu sozinha.

2 comentários:

  1. Ui....ui..... agora é que a História começa a aquecer :)

    ResponderEliminar
  2. Ai ai o filho do Sr. Manuel :P É como eu digo, cada vez melhor! E sabes que mais? Até o meu namorado já veio visitar o teu blog...e gostou! O mais engraçado é que ele só gosta de ler artigos científicos e coisas assim...livros, nem vê-los xD Por isso estás de parabéns, Joana! ;)*

    ResponderEliminar