No tempo das amoras tudo pode acontecer.

8 de abril de 2011

amanhecer

O dia estava magnífico. Os primeiros raios de sol entravam pela sala e fizerem Rosa levantar-se de imediato. Como era possível, um dia tão lindo em contraste verdadeiro com o que ia no seu coração. Nem queria acreditar em tudo que tinha acontecido, parecia tudo um sonho mau. Sabia que não era, apesar da realidade parecer má de mais a verdade era aquela. O seu marido de sempre havia-a traído com a sua melhor amiga. Como tinham sido capazes? Rosa era forte e sabia disso mas naquele momento o seu coração estava mais apertadinho que uma noz. Dirigiu-se à cozinha onde a amiga já se encontrava a tentar improvisar um pequeno almoço.

-Rosinha isto aqui não há condições darling! Não me apetece muito comer bôla de carne logo ao acordar mas tinhas aqui uns pacotes de leite e estas bolachinhas, nada mau para começar...
-Deixa lá, também não me apetece.
-Oh outra vez essa conversa Rosa. Por favor. Já sabes que tens de comer. Vamos lá comemos agora isto e depois vamos às compras à vila. Mais nada! Não é negociável.

Rosa sorriu. ao mesmo tempo a campainha tocou, que seria àquela hora?
-Deixa-te estar que eu vou lá ver- Maria encaminhou-se para a porta ainda a rir-se do pequeno almoço que havia preparado para a amiga.- Sim?
-Olá outra vez! Dormiram bem? A minha mãe lembrou-se que não deviam ter pão e decidiu enviar-vos uma pão e umas compotas...
-Bem, mas tu estás sempre na hora certa com o que é preciso Zeca!
-Pois... Peço desculpa mas não me lembro do seu nome...
-Não tem mal, eu não me apresentei ontem... Maria. Desculpa lá mas ainda estamos assim desgrenhadas, acordámos à pouco...
-Não faz mal, eu aqui acordo sempre cedo, as horas da manhã são sempre as melhores no campo. A rosa´, está melhor?
-Que disparate entra... aproveitas e tomas o pequeno almoço também... Agora sim, temos pequeno almoço... Rosaaa!

Rosa tinha ouvido a voz do Zeca, e esperou que ele não entrasse, sabia que ele a conhecia muito bem, ia perceber que algo estava errado. Ele entrou, estava curioso em rever a amiga de infância.

-Rosa querida... como estás?
-Tudo bem Zeca? Já não nos víamos há algum tempo.
-Bem vou deixar-vos à conversa porque tenho mesmo de tomar um banho para acordar, não consigo comer essas iguarias desse cabaz magnífico se não tomar um banho primeiro... Portem-se bem sim? - Maria piscou o olho à amiga nas costas de Zeca, sabia que uma conversa assim franca era capaz de a animar.
-Parece-me que as coisas não estão assim tão bem... Não está com cara disso.
-É uma longa história Zeca.
-Tenho tempo. A tua amiga também tem ar de quem vai demorar no banho.

A conversa ia ser longa! Rosa inspirou fundo....

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