No tempo das amoras tudo pode acontecer.

6 de fevereiro de 2012

alívio

Miguel atendeu o telefone aguardando por noticias do cunhado.
- Estou, Jorge, onde te meteste pá?
- Vim com a Carla lanchar à foz, estava no escritório e ela apareceu para conversar e acabamos por vir à foz. Não ouvi o telefone. Mas porque é que me estão todos a ligar tantas vezes? O que se passa?
- Passa-se que houve um incêndio enorme cá na fábrica. Ainda por cima tinhas aqui o teu carro andava tudo tolo, pensávamos que tinhas ficado lá dentro.
-Um incêndio? como assim? Vamos já para aí.
- O teu irmão está bem, já vem a caminho, foi lanchar e não ouviu o telemóvel.
- Foi lanchar? Onde? A pé?
- Foi no carro com  a Carla à foz.
- Ah pois faz sentido. Tudo aqui em pé de vento e ele ainda anda metido com essa...
- Filha por favor. Está tudo bem com o teu irmão, importas-te de te concentrar nisso? - O pai de Rosa sempre fora uma pessoa controlada. Se havia coisa que não conseguia ver era os filhos descontrolados. Sempre lhes dera uma educação baseada na responsabilidade e esperava que isso fizesse deles adultos calmos e compreensivos. Rosa nunca foi calma e nunca havia visto com bons olhos o "eterno romance" que existia entre o seu irmão e a sua "amiga". Sabia que era uma espécie de jogo para que a empresa fosse um terreno fácil para a amiga se manobrar. Jorge por sua vez nunca conseguiu encontrar ninguém que o fizesse tão feliz como Carla. Rosa sempre esperou que Jorge encontrasse uma cunhada à sua altura, tal como ela pensava ter encontrado um marido "perfeito".
- Rosa mexe-te vai avisar a tua mãe que está tudo controlado e que o teu irmão está bem. Vem aí o comandante, vou com ele avaliar os estragos, Miguel venha comigo.
- Pai o Miguel não tem mais nada  a ver com a nossa família, não precisa de ir consigo, eu vou.
- Rosa, não estou a discutir estou a informar-te. O Miguel vem comigo.
Rosa nem queria acreditar. No meio disto tudo ela é que estava a ficar para trás. Andou decidida até à mãe.
- Mãe o Jorge está bem, já vem a caminho. O incêndio está controlado o pai foi com os bombeiros avaliar os estragos. Vou para casa, já vi que não sou precisa aqui. O Jorge está a chegar com a Carla, não vou ficar aqui a assistir a novelas de segunda. Se precisar de mim sabe onde me encontrar vou para a minha casa. A Maria vem comigo.  
- Mas filha....
- Sem discussão mãe o pai foi muito claro. Se a mãe precisar de mim sabe onde me encontrar.
Rosa despediu-se da mãe com um beijo na cara e seguiu sem olhar para trás acompanhada da amiga.

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