No tempo das amoras tudo pode acontecer.

4 de fevereiro de 2012

Rosa ultrapassou a barreira colocada pelos bombeiros por questões de segurança seguida por Miguel que só pensava no que mais havia de acontecer.
O fumo que se encontrava no ar fez com que as lágrimas caíssem involuntariamente pela cara de Rosa. Ou talvez não. Eram emoções a mais para aqueles dias. Ao avançar olhava para as instalações e ia-se apercebendo que a zona dos escritórios estava bastante danificada. Rosa avistou o pai a falar com o comandante dos bombeiros e acelerou o passo.  O seu coração queria pular do peito, à medida que se aproximava do pai.
Quando se abeirou do pai, cheio de fuligem, cinzas e cheiro a fumo, abraçou-o como em pequena.
-O mano pai?
-Não sei Rosita, não sei....
-Como é que isto aconteceu?
-Ninguém sabe filha, um senhor que passava deu o alerta e a partir daí olha é o que viste.
- O facto do carro dele estar cá fora não significa que ele esteja lá dentro... -  disse rosa fitando o comandante.
- Sim minha senhora, nada é certo mas os meus homens não encontraram ninguém e já varreram praticamente toda a zona. - o Comandante era um homem com os seus 60 anos e muito seguro do que dizia. Mantivera uma voz calma, como sempre na tentativa de tranquilizar os sinistrados. A última coisa que precisava era de histerismos naquele momento.
- Tu não sabes nada do meu irmão Miguel? 
- Ele ligou-me para aí há 4 horas, para falar do que aconteceu mas não me disse mais nada.
- Que te disse?
- Rosa não vou estar aqui agora a falar desse assunto, por favor.
- Deixa de ser parvo e narcisista quero saber se do que te disse houve alguma coisa que possa ligar ao que está a acontecer.
- Meninos por favor, não é o momento. Rosa o teu marido já disse que não sabe de mais nada.
-Liga à palerma da Carla. Ela deve saber de alguma coisa. Liga Miguel, já e aqui ao pé de mim de preferência!
De facto aquela podia ser uma pista. Com aquela confusão Miguel nunca mais se lembrou que a Carla sabia sempre de tudo, principalmente se tivesse a ver com o cunhado de Miguel. Respirou fundo e procurou o número na lista...

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