No tempo das amoras tudo pode acontecer.

29 de março de 2011

Sentada no alpendre, Rosa estava aninhada no colo da sua amiga. Tudo parecia ainda um pesadelo, um sonho mau do qual não conseguia sair, e o pior é que a protagonista.
Que estaria Miguel a fazer naquela altura? Será que já foi a casa e viu o bolo estratégicamente colocado ao lado do computador? A Carla havia tido uma ideia boa, o bolo ia certamente chamar a atenção de miguel para o computador.
De repente o telemóvel de Rosa toca no seu bolso. Nem sabia que o tinha trazido consigo, tinha-o colocado no bolso ainda ligado após ter falado com a amiga a não mais o tirou. Rosa pegou no aparelho e no ecrã podia ver "amor", com a foto do marido atrás.

- Que faço Maria? Atendo? Que lhe digo?
- Atende. Mas não digas nada, deixa-o falar. Não lhe digas onde estás!
- Não consigo...
- Carrega na tecla e não digas nada.

Rosa carregou no botão mas ficou muda. As lágrimas caíam-lhe pela cara à medida que ouvia a voz do marido.

-Estou? Rosa... Temos de falar... Estou amor? Estás a ouvir-me? Por favor diz-me só alguma coisa para ouvir que estás bem.

Do outro lado só ouviu silêncio

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