No tempo das amoras tudo pode acontecer.

26 de março de 2011

A relação

Miguel era o namorado se sempre. Era o amor desde os tempos do liceu que resistiu à faculdade e que culminou num casamento lindo após 8 anos de namoro. 
Naquela tarde no alpendre, Rosa recordava a altura em que se conheceram numa festa de adolescentes. Logo que o viu, Rosa sabia que haveria de ser aquele o homem da sua vida, o pai dos seus filhos. Até então nunca tinha acreditado nessas coisas do amor à primeira vista. 
Com o passar dos anos, ambos cresceram, amadureceram e conseguiram ambos carreiras sólidas, e cada vez mais Rosa estava certa das suas convicções iniciais, logo que o conheceu numa tarde quente de fim de Setembro.
A sensação que invadiu Rosa foi ainda pior. Foi numa tarde como aquela que havia conhecido o Miguel. Foi numa tarde assim que, em tempos, soube que o amor havia finalmente batido à porta, e de uma forma arrebatadora. Agora, anos volvidos, as  suas certezas caíam por terra.
O Miguel era bonito. Sempre o fora. Os olhos esverdeados e a tez morena em conjunto com o cabelo sempre estrategicamente desalinhado faziam dele um homem verdadeiramente atraente. Os anos passaram por ele de forma generosa, deixando-lhe de prenda um charme natural e irresistível. Andava sempre bem cuidado, bem vestido e com uma aparência digna de suscitar o interesse de qualquer pessoa. Era definitivamente um homem interessante.
Rosa sempre soube que o seu marido suscitava o interesse também por parte das mulheres que o rodeavam. Sempre assim foi. A verdade é que ele nunca lhe havia dado qualquer motivo para desconfiar de nada. Nunca foi D. Juan e a relação deles sempre foi pautada por uma estabilidade e união avassaladoras. As amigas costumavam dizer que ele era imune aos flirts e investidas que se pudessem fazer, e Rosa sempre foi obrigada a concordar e, por isso mesmo, nunca foi ciumenta.

-Sempre pensei que fosse possível ele ter um "deslize" com alguma das secretárias lá da firma, ou mesmo com uma cliente, mas nunca, em tempo algum, poderia tão pouco sonhar com este pesadelo. É sórdido de mais Maria, não sei o que pensar.
- Também eu estou chocada, também nunca pensei que ele fosse capaz de uma vida assim, quase dupla.  Mas tu vais ter de ser forte.

A noite passada foi de tormento. O seu computador estava avariado e não conseguia ter acesso ao ficheiro demasiado extenso que lhe tinham mandado para o e-mail, por isso decidiu usar o computador do marido e resolver temporariamente o problema. Felizmente ele havia deixado o seu computador ligado quando saiu à pressa para o encontro com um cliente.
Rapidamente aquilo que parecia uma sorte virou pesadelo. De repente tinha alguém a falar consigo por mensagens instantâneas, perguntando se o seu amor demorava muito...

A noite ia ser longa, os momentos seguintes prometiam. Deve haver algum engano, rezou.

4 comentários:

  1. Que estranho ler uma história com o meu nome...Porquê Rosa?Não é costume!

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  2. Olá Joana, cá estou eu para acompanhar esta saga da Rosa e do seu "querido" Miguel.
    Beijinhos :)

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  3. Que giro, adoro histórias, ainda mais romances :)
    Bacio*

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  4. Confesso que não sou muito dada a "histórias", mas confesso que fiquei "presa" a esta história da Rosa e do Miguel!
    Parabéns pelo blog.
    Beijinhos,
    Bomboca do Amor.

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