No tempo das amoras tudo pode acontecer.

6 de março de 2012

a surpresa


Com o volume de trabalho a acumular-se e as reuniões que tinha à tarde com dois cliente importantes Rosa nem deu pelo tempo passar. Eram oito da noite quando viu que quase todos haviam ido embora. Estava praticamente sozinha, nem teve tempo de pensar na conversa que tinha tido com o inspector. 
Desceu do escritório até ao parque de estacionamento e reconheceu o carro que estava ao lado do seu. Era o carro da Carla. Instintivamente pegou no telefone e ligou ao Miguel. Desacelerou o passo e fez de conta que não se tinha apercebido da presença de Carla. Miguel atendeu de pronto. 
- Rosa?
- Miguel estou a sair agora do escritório, não está cá mais ninguém a não ser o carro da Carla estacionado mesmo ao lado do meu. Não sei se estás longe ou perto mas isto não me está a cheirar nada bem. 
- Já vou para aí. 
Rosa fingiu desligar o telefone e ligou o gravador e parecendo despreocupada aproximou-se do seu carro. Tentou abrir a porta mas de imediato uma mão fecho-a de novo. 
- Rosinha... finalmente... - Carla tinha uma voz sarcástica, não parecia a mesma.
- Carla? Que queres? A esta hora vens aqui ao meu trabalho por alma de quem?
- Talvez pela tua, a ver vamos. 
- Deixa-te de merdas. Precisas de um psiquiatra e urgentemente. Não te chega o que andaste a fazer nas minhas costas e ainda tens a lata de vir importunar-me no meu local de trabalho.
- Calminha, muita calminha. Não fui ao teu local de trabalho, esperei por ti, se bem que não era uma má ideia. Sempre adorei uma boa baixaria.
- Pois quanto a isso estamos de acordo. Não tenho nada a dizer-te nem nada a ouvir por isso se me dás licença vou embora. - Rosa virou as costas a Carla mas de imediato sentiu um puxão no cabelo forte que a obrigou a virar-se.
-Caladinha Rosa. Tens muito para ouvir sim senhora caso contrário esta navalhinha vai-te direitinha ao bucho entendidas amiguinha? - Rosa sentiu o metal da lamina junto ao seu braço direito e por um momento entrou em pânico. Seria ela capaz?
-Carla eu não quero nada nadinha, podes ficar como Miguel estás à vontade, se quiseres o meu irmão também é contigo, não sei que mais possas querer de mim.
- O Miguel já não me interessa, dele já consegui o que queria, humilhar-te. E até te posso dizer que é bem fraquinho na cama e forreta, dava-me poucas prendas e fracas e o sexo era assim a puxar para o remediado, não sei como aguentaste tanto tempo. 
- Como queiras... podes largar-me por favor?
- pff... tem lá juízo menininha. Tu vais mas é contar assinar uma procuração em como não queres a tua parte da fábrica do teu pai e me conferes todos os poderes para administrar a tua quota. 
- Tu estás louca de todo. Alguma vez eu te passava seja o que for? Estás descompensada.
- Talvez. Assina. Tens aqui a procuração até te empresto a caneta vê lá bem. 
- Larga-me ou vamos ter chatices. - Rosa começou a aumentar a voz na esperança que alguém a ouvisse. 
- Rosa entra para o meu carro e fala baixinho sim? Vamos manter isto entre nós. Se bem que aqui ninguém te ouve minha cara. Porque achas que vim para a zona industrial? Não foi porque o autocarro passa perto certamente.
- Tu estás maluca de todo. Deixa-me! - Rosa deu uma cotovelada no estômago de Carla e conseguiu soltar-se. Ia a correr para tentar sair daquela situação quando viu o carro de Miguel aproximar-se a toda a velocidade.

1 comentário:

  1. que história maravilhosa :)
    fico sempre mega curiosa com o que vem a seguir :)

    kisses***

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